Eu, como qualquer outra pessoa, ansiava
pela felicidade tipo chá…plena! Já tinha o meu rico pescoço dorido de tanto que
olhava de um lado para o outro a ver se a via a dobrar a esquina com uma placa
na mão com o meu nome escrito, aguardava por ela como uma criança aguarda pela
noite de natal. Como é que é possível queremos tanto uma coisa que não sabemos
muito bem o que é e se realmente existe? Estamos tão sedentos que esquecemos de
tudo o resto, inclusive de viver a vida como o chá, em pleno?
Agora que já estou com 3 a 0 no campeonato
da vida (uma maneira menos dolorosa que arranjei de dizer que já tenho 30)
apercebo-me que essas merdas não existem, que a culpa do mulherio nunca se
sentir completamente feliz é das novelas, dos filmes, do Nicolas Sparkes que
nos fazem acreditar que essas cenas melosas e lamechas podem acontecer a
qualquer um com a melhor banda sonora de todos os tempo...Bullshit! E pior, fazem-nos elevar as expectativas para
patamares tão altos que a única coisa que encontramos são outras iguais a nós,
ou seja, à espera do mesmo! Quantas de nós não terão deitado fora grandes
oportunidades porque determinada pessoa ou situação não correspondia às nossas
expectativas?
O aproximar dos 3 a 0 tornaram-me mais
céptica, mais realista ou mais fria (normal, estamos no inverno!)! E às vezes
dou por mim a pensar (às vezes dá-me para isso): Quem me garante que quem
escreve estas histórias de amor e felicidade forever
and ever não passam de uns ou umas infelizes e frustradas e que essas
histórias não passam de meros desejos ou sonhos que gostariam de ver realizados
nas suas próprias vidas?
Esta última foi forte!
Com o passar, à velocidade da luz, dos
anos apercebo-me que essa cena de amor a primeira vista e felicidade plena, não
existem! Aprendi que devemos a relativizar a felicidade e diminuir a busca,
outrora incessante, pelo grande love
of my life. O que tiver de ser e quando tiver de ser...será! Não quer
dizer que tenha que ser algo em grande para me aperceber que talvez esteja
perante aquilo que tanto procurei. Acho que a partir de determinado
momento todos nós nos apercebemos que a verdadeira felicidade está nos pequenos
momentos, nas pequenas coisas, nas pessoas que realmente importaram e que estão
ali, tão perto! Até naquelas cenas parvas, que muitas vezes não damos
importância nenhuma, mas sem elas o nosso dia não seria o mesmo.
Exemplos?
Descalçar uns sapatos que estão a torturar
o nosso pezinho...aquela sensação de alívio, estão a ver? Isso é felicidade!
O enroscar-me no sofá a ver uma porcaria
qualquer enquanto chove lá fora...isso é felicidade!
Uma amiga que aparece lá em casa sem aviso
prévio só para saber como estamos...isso é felicidade e amor!
O sentir a água quente a bater nas costas
ao fim de um dia duro de trabalho...isso, para além de maravilhoso, é
felicidade!
O termos alguém que te dá uma abraço sem
lhe pedires...isso é felicidade e quem sabe amor!
O estar com a família a ver fotos e a rir
das nossas figura...isso é o amor barrado com felicidade!
Eu sei que para tudo na vida, há excepções e ainda bem!
P.S.: Eu avisei que este post era parvo!