Todos os dias somos bombardeados com perguntas difíceis, algumas delas já fazem parte do dia, ou seja, se passa um dia sem a ouvires, parece que o dia não é o mesmo, maior parte das vezes até fica melhor.
Quando é que arranjar um namorado?
Porque é que ainda estás solteira?
Não queres ter filhos?
Mas quê, tens alguns problema para ainda estares solteira aos trinta anos?
Os teus ovários ainda não começaram a reclamar?
Estás mal disposta hoje? Isso não será falta de homem?
Não achas que és independente demais? Não sabias que os homens sentem-se intimidados com isso?
Não achas que é melhor baixar a tua fasquia? O mercado está reduzido, sabias?
Este tipo de perguntas que invadem o nosso dia e que por vezes, quando não estamos tão resistentes, têm a capacidade de transformar um belo de um arco-íris numa pintura cinzenta que só nos dá vontade de a pôr no triturador...enfim!
De todas as perguntas que me têm feito, nenhuma me causou tanta emoção como a que me fizeram hoje. Mal a ouvi, nem queria acreditar, pensei que este momento nunca mais chegaria, as minhas preces foram atendidas. Sempre pensei que não estava destinada a viver este tipo de emoções, tive que disfarçadamente colocar a mão no peito pois achei que conseguiam ver o meu coração a bater forte cá dentro. Honestamente não sei como consegui segurar às lágrimas de tanta que era a felicidade que estava a sentir...nem queria acreditar, que aquilo que tinha pedido com todas as minhas forças do meu ser antes de adormecer ontem à noite, estava a acontecer...é isto que as pessoas sentem quando vêm o que querem acontecer? Não admira que não passem a vidinha a pedir!
Pensei: "Isto não um teste, é uma realidade, reage conforme os treinos!", segurei a emoção, pus uma cara de quem não estava mesmo nada a contar (e não estava, é um facto) e respondi à pergunta com convicção pois não quero deixar margem para dúvidas:
- Aceitas ficar em casa amanhã pois não é preciso vires trabalhar?
- Sim, aceito!
(começa a festa na minha cabeça enquanto mantenho o ar profissional)