segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Quentes e boas!

 
Estou a lembrar-me de quando andava na primária (tive mesmo que ir ao fundo do baú buscar esta), tínhamos o monte atrás da escola e a professora nesta altura dava-nos uns sacos para irmos apanhar faúla. Estávamos a manhã toda naquilo, apanhávamos faúla para nós, para a professora levar para casa, para os vizinhos, para a festa da junta...achávamos aquilo super divertido e não tínhamos a mínima noção que aquilo era exploração infantil (para nós era uma manhã sem aulas ponto)! Carregávamos os sacos para o recreio onde fazíamos uma enorme fogueira, assávamos as castanhas que trazíamos de casa (obviamente, já naquela altura não havia dinheiro para nada) e no fim limpávamos tudo.
 Já naquela altura, sentia que estava a ser vítima de uma tremenda injustiça, porque não gostava de castanhas mas tinha que trabalhar como os outros, fazia a minha mãe gastar dinheiro a comprar meio quilo de castanhas e no fim...ficava a  olhar! O único benefício que tirava era ir para junto da fogueira aquecer as minhas mãos de menina castigadas por uma manhã de trabalho árduo! Nem a professora entendia a minha situação, dizia " Não gostas, não comes, mas trazes na mesma e trabalhas como os outros!" pessoalmente, acho que  isso fez com que a minha  relação com a castanha azedasse de ano para ano!
Agora, que sou adulta e aprendi que tenho de me deixar de filmes, tentei dar uma oportunidade à castanha (porque todos merecemos uma oportunidade né?). Ainda não somos as melhores amigas, não fico com fome por ela, o meu estomago continua a achar-lhe pesada mas o amor não nasce de um dia para o outro e uma vez por ano faço o esforço de a comer (passo a expressão).

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