quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Amor, uma cabana e um par de sapatos


É conhecido o amor que as mulheres têm pelos sapatos. Os sapatos não são um mero acessório, para nós é muito mais do que isso, é como se fosse uma injecção extra à nossa confiança. Já que temos de enfrentar o mundo ao menos deixem faze-lo com um belo par de sapatos, já dizia a outra.

Todas nós temos em casa sapatos que raramente usamos (e em alguns casos nunca os usamos mas isso são outros quinhentos) mas que não conseguimos dá-los ou até mesmo andar com eles mais vezes porque são tão especiais que ficam ali guardados como se a nossa sapateira fosse um coração em madeira onde há sempre um espacinho para mais um. Alguns desses sapatos foram comprados em momentos em que não estávamos no nosso melhor e quando os nossos olhos bateram neles, foi como se ouvíssemos um chamamento divino e uma luz celestial os focassem fazendo com que o resto do mundo fosse uma névoa...entramos na loja, pedimos o nosso número e quando os temos na mão (mesmo perdidas de amor pedimos a todos os santinhos que não sejam confortáveis), assumimos o papel de príncipe, calçamos e voilá...perfeito! É como se aquele sapato absorve-se todo o negativismo que carregámos no peito, a nossa postura muda a cada passo que damos em direcção ao espelho e quando vemos reflectida a nossa alegria e entusiasmo, é aí que o amor se consolida. É como se, de repente, a coragem e a confiança que nos faltava, aparece-se...é estranho mas é mesmo assim! Sentimo-nos mais elegantes, mais femininas e muitas vezes mais sexies.

Quantas de nós, naqueles dias, não vamos à nossa sapateira, pegamos naquele par de sapatos e andamos pela casa ou ficamos a olhar para os pés? Parece idiotice mas eu já fiz isso…e é muito engraçado ver como a disposição muda!

É difícil de explicar isto e mais difícil ainda fazer os outros entender...para muita gente é só mais um par de sapatos (e até embirram com o facto de já termos uns parecido, mas parecidos não são iguais por isso calem-se!), para muitas mulheres é simplesmente o arco-íris num dia cinzento. E às vezes nem precisamos de comprar (okay ficamos tristes de não os poder trazer connosco), mas só o facto de os experimentar e poder sentir aquela sensação durante uns segundos já é óptimo...é como se fosse uma terapia a la minute

Hoje de manhã, dei por mim, parada em frente a uma montra do demo e a imaginar-me a caminhar, ao estilo da Carrie Bradshaw, pela minha cidade...


Há coisas mais interessantes, mais divertidas e até de graça que podemos fazer para levantar o astral? Claro que há…um abraço, uma beijo, uma boa risada com a melhor amiga, a companhia do mais-que-tudo…agora imaginem fazer tudo isso com aquele sapato?

2 comentários:

  1. Eu percebo-te e também já fiz o mesmo. Sou doida, completamente apaixonada por sapatos e praticamente incapaz de me livrar de alguns deles.

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  2. Ai como eu te percebo! Quando fiz obras em casa fiz um acordo com o meu marido, eu aceitava a mobilia de quarto que ele queria e em troca ficava com o roupeiro do quarto (vá, é pequeno...) só para os meus sapatos. Não imaginas a alegria que me dá abri-lo e ficar a olhar para ele. Chega a ser terapêutico. :)

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