terça-feira, 28 de abril de 2015

Não tenho dinheiro para terapia, fica mais barato ter um blog #1

Estava aqui a pensar no que raio escrever, porque isto à vezes é difícil ter ideias super criativas e engraçadas e o facto de estarmos rodeados de duques e cenas tristes também não ajuda a nada, mas não consigo pensar em mais nada neste momento porque só tenho um pensamento activo: o facto de me sentir cansada e infeliz no meu actual emprego. E por muito que tente pensar em cenas positivas, ver vídeos no youtube de gatinhos fofinhos, bebés super quiduxos a rirem-se à fartazana, tudo isso só me consegue distrair por uns minutos...e depois lá volto a pensar no mesmo. Como não tenho guito para fazer terapia, vou usar este blog como terapia gratuita! Eu fico mais aliviada e os meus bolsos sossegados!
Mas ia eu falar da minha infelicidade laboral, bem...eu nem sempre me senti assim, não senhor, durante muitos anos adorei o meu trabalho, sentia-me super orgulhosa quando conseguia resolver problemas mais depressa do que aqueles que já andavam nesta vida à resmas, adorava aquele stress saudável, aquela coisa de ter sempre o que fazer, de ver os dias passarem tão depressa que chegava a pedir que houvessem mais horas, daquela ânsia de voltar ao trabalho, sentia-me realizada por ter um emprego que me elevava a auto-estima e devo mesmo dizer que me sentia importante, não aquele importante de "eu é que sou boa o resto é paisagem!" mas aquele importante de "uauuu eu sou capaz! Eu consegui!", estão a ver?

Mas entretanto as coisas mudaram, a crise atacou em força, muitas pessoas saíram, pouquíssimas entraram, a empresa mudou,  minha responsabilidade aumentou, porque tive começar a fazer trabalho de duas ou três, e a partir daí comecei a ver a minha felicidade e entusiasmo diminuir. Porquê? Porque não acho que me estejam a valorizar como mereço, tenho momentos que acho mesmo que pensam que não faço mais do que a minha obrigação, que devo é agradecer o facto de ter um emprego, que estou presa aqui portanto tenho que me aguentar, que tenho que ter solução para tudo, e quase que me sinto na obrigação de ter que justificar o meu vencimento (esta parte é que me mata)...e a culpa em parte (grande parte) é minha porque habituei a estar sempre disponível para o que der e vier, mas neste momento é tanta pressão, mas tanta que tenho dias que olho para as empregadas da câmara de sachola na mão a cuidar dos jardins e tenho vontade de chegar à beira de uma e pedir que troque comigo...podem não acreditar, mas tenho dias em que a carga é tão pesada e tão negativa que me apetece mesmo mandar tudo para o cara**o... é ridículo isto, não é?

Mas o pior de tudo é ter que fingir para os outros que está tudo bem e que estou óptima...malditas responsabilidades, se não fosse por elas mandava tudo às urtigas!!

Ahhhh, já estou um bocadito mais aliviada!

14 comentários:

  1. Neste momento como a crise se apoderou de tanto do nosso país, muitos dos patrões acabam por abusar do funcionário pensam que por terem emprego têm mais é que trabalhar por gosto e agradecer por não estarem desempregados e se isso implica cargos exagerados trabalho dobrado e responsabilidade ao máximo paciência ao menos têm emprego, nos somos seres humanos não máquinas imagino que muitas das vezes a tua pressão seja desesperante ,força :)

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  2. Olha eu revejo-me nas tuas palavras... Como não me apetece fazer dos posts terapia quase não escrevo no meu blog... Este ano quando disse à minha chefe que precisava mudar ela quase teve um fanico, não entende, mas depois diz que eu não sou mais a mesma, que estou deprimida... Eu não estou deprimida, estou desmotivada e preciso mudar! E sim, há muitos dias que eu sonho em carregar caixotes, a cansar as costas mas com a cabeça fresca!

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  3. Acho que todos nos revemos em grande parte nas tuas palavras. Há dias que também penso que estaria melhor a plantar batatas e depois há outros que tenho a noção que não. Podia estar melhor (muito melhor) a fazer aquilo que faço agora, porque em tempos foi aquilo que eu desejei e sei que continua ser aquilo que eu gosto de fazer … só que não sou “mula de carga”, nem “saco de boxe” e essa particularidade (extra) é que podia (devia) mudar.

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    1. Vamos lá ganhar coragem para dar a volta a coisa! :)

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  4. Muita força! É sempre complicado quando se está em situações complicadas naquele sítio em que temos que ir todos os dias e em que temos uma função a cumprir.

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  5. Olá Ana, compreendo-te muito bem... Tenho 31, já fui muito realizada no trabalho, as coisas mudaram com a maldita crise e apesar decgostar do que faço, preferia ter uma vida mais tranquila, cuidar das plantas, da casa e lidar só com pessoas bem dispostas e sem stress... Beijocas. E aredito que um blog possa ser uma terapia, para mim é!

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